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  • Foto do escritorJoaquim Gaspar

Chart of the Week | Anonymous [Luís Teixeira], c.1585, Portugal



Author | Autor [Luís Teixeira]

Date | Data c.1585

Country | País Portugal

Archive | Arquivo Museu de Marinha, Lisboa

Call number | Número de Catálogo MM.05517

Dimensions | Dimensões 798 x 572 mm


A manuscript nautical chart drawn in vellum is preserved in the Museu de Marinha (Navy Museum) in Lisbon, representing the Philippine Sea and the west part of the Pacific Ocean. Although unsigned and undated, Armando Cortesão and Teixeira da Mota did not have any doubts about attributing the chart to Luís Teixeira (d. 1604), a prolific Portuguese cartographer, cosmographer and instrument maker. Based on the depiction of Japan and the Philippines, they further suggested the chart may have been completed between 1572 and 1591. Its most remarkable feature is the inclusion of lines of constant magnetic declination, or isogons, more than one hundred years before Edmond Halley published his celebrated Atlantic chart with “Variations in the Compass”, in 1701. The manuscript is in a very poor state of conservation, probably owing to long exposure to light and dust, and holes along the left side suggest that it was once attached to a bar for display. The apparent trimming of the right margin, the decentered position of the compass rose system and the geographical coverage further indicate it was part of a larger representation, most probably a planisphere in four sheets.


All the isogons are labelled and their values progress regularly at one-point intervals of 11 ¼ degrees, between -2 points (west) and +2 points (east). The lines are disposed symmetrically with reference to the Equator, which they cut at intervals of 22 ½ degrees of longitude. Thus, 11 ¼ degrees of magnetic declination represents an interval of 22 ½ degrees of longitude on the Equator, which implies that the longitudinal distance between two points of null magnetic declination (agonic points) is 90 degrees. Such regularity indicates that a conceptual model for the spatial distribution of magnetic declination over the surface of the Earth may have been embedded into the representation. My interpretation is that these lines reflect a compromise between the available observations of magnetic declination in the region and the model proposed by Fernando Oliveira (1507-1581) in 1570, which postulated there were four equally-spaced agonic points along the Equator. A comparison of the values of magnetic declination on the chart with those produced by two modern geomagnetic models confirms that Teixeira’s isogons approximate the contemporaneous general distribution of magnetic declination in the region: the position of the null magnetic declination line cutting through the Equator to the west of New Guinea is reasonably correct, together with the distribution of the positive and negative values to each side of that line.


We know that Portuguese pilots of the sixteenth century were obliged, by a royal regiment, to daily measurements and records of magnetic declination. The exact purpose of the data is still uncertain, although there are good reasons to believe that isogons may have been used a navigation aid. However, it was probably not the case for this particular chart, where the adoption of a conceptual model for the distribution of magnetic declination and the presence of a legend with Portuguese names translated into Latin hint it may have been destined for theoretical use by some non-Portuguese scholar.


Versão Portuguesa


Encontra-se conservada no Museu de Marinha, em Lisboa, uma carta náutica manuscrita em pergaminho, representando o Mar das Filipinas e a parte ocidental do Oceano Pacífico. Embora não esteja assinada nem datada, Armando Cortesão e Teixeira da Mota não tiveram dúvidas em atribuí-la a Luís Teixeira (m. 1604), um prolífero cartógrafo, cosmógrafo e construtor de instrumentos português. Com base na representação do Japão e das Filipinas, estes autores sugeriram que a carta deve ter sido concluída entre 1572 e 1591. A sua característica mais notável é a presença de linhas de igual declinação magnética, ou isógonas, mais de cem anos antes de Edmond Haley publicar a famosa carta atlântica de “Variações da Agulha” (Variations of the Compass), em 1701. O manuscrito encontra-se em mau estado de conservação, porventura devido a uma longa exposição à luz e pó. Também a presença de furos ao longo da margem esquerda sugere que esteve originalmente montada numa régua, a fim de ser exposta. O aparente recorte da margem direita, a posição descentrada do sistema de rosas-dos-ventos e a cobertura geográfica, indicam que a carta teria feito parte de uma representação mais alargada, muito provavelmente um planisfério em quatro folhas.


Todas as isógonas se encontram graduadas, com valores que progridem em intervalos de 11 ¼ graus (uma quarta), entre -2 quartas (oeste) e +2 quartas (este). As linhas estão dispostas simetricamente em relação ao Equador, o qual cortam em intervalos de 22 ½ graus de longitude. Portanto, a cada 11 ¼ graus de declinação magnética corresponde um intervalo de 22 ½ graus de longitude sobre o Equador, o que implica que a distância longitudinal entre dois pontos de declinação magnética nula (pontos agónicos) é aí igual a 90 graus. Tal regularidade indica que um modelo conceptual de distribuição espacial da declinação magnética à superfície da Terra pode estar embebido na representação. A minha interpretação é que estas linhas reflectem um compromisso entre as observações de declinação magnética disponíveis para a região e o modelo proposto por Fernando Oliveira (1507-81) em 1570, o qual postulava que existiam quatro pontos agónicos igualmente espaçados sobre o Equador. A comparação entre os valores de declinação magnética da carta e os valores produzidos por um moderno modelo geomagnético confirma que as isógonas de Teixeira se aproximam da distribuição contemporânea da declinação magnética na região: a posição da linha de declinação magnética nula, que corta o Equador para oeste da Nova Guiné, está razoavelmente correcta, tal como a distribuição dos valores positivos e negativos para um e outro lados dessa linha.


Sabemos que os pilotos do século XVI eram obrigados, por um regimento real, a medir e registar diariamente os valores da declinação magnética. O exacto propósito desses dados é desconhecido, embora haja boas razões para considerar que as isógonas podem ter sido usadas como uma ajuda à navegação. Tal não é provavelmente o caso desta carta, onde a adopção de um modelo conceptual para a distribuição da declinação magnética, bem como a presença de uma legenda contendo traduções latinas de nomes portugueses, sugerem que a carta podia destinar-se a uso teórico por um qualquer académico não-português.


Further reading | Leitura complementar

  • Armando Cortesão and Avelino Teixeira da Mota, Portugaliae Monumenta Cartographica (Lisboa:Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987 [1960]), Volume 3, 71-72.

  • Joaquim Alves Gaspar and Henrique Leitão, ‘Luís Teixeira, c.1585: the earliest known chart with isogonic lines’. Imago Mundi, 70 (2018), 2: 221-228. https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/03085694.2018.1450554


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