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Chart of the Week | Anonymous [Simão Fernandes], 1580




Author | Autor [Simão Fernandes]

Date | Data 1580

Country | País [Portugal]

Archive | Arquivo British Library

Call number | Número Catálogo Cotton Roll XIII, 48.

Dimensions | Dimensões 1210 x 830 mm


Over the centuries, nautical charts have been destroyed for a variety of reasons - sometimes simply because a piece of parchment was deemed more valuable as a book cover than for the outdated chart drafted upon it. The destiny of this unfinished chart would probably be the same were it not for its first owner: John Dee (1527 - c. 1608), the famous English scholar, mystic, and advisor to Queen Elizabeth I.


This unfinished chart was drawn on two sheets of parchment which were then glued together. It portrays the Atlantic Ocean from about 68ºN to 36ºS, and a portion of the Pacific to the south of Cabo San Lucas, in Baja California. The African coast extends to the area of Rio do Infante, in present-day Great Fish River, near Port Elisabeth, South Africa. Otherwise, the chart’s geographical information is concentrated in North and Central America, with toponyms written mostly in Spanish mixed with occasional Anglicisms and Portugueseisms. It gives a rather detailed account of hazards such as rocks and shoals in the Caribbean Sea, and the Amazon River and River Plate are also drawn in South America. The Equator and a latitude scale, passing a few miles east of Cape Verde, are also shown. Baja California is depicted as an inset and is placed inland, on the left side, because there was no room to draw it in its true position. The chart has no rhumb lines which, even for a copy, seems to challenge chart-making techniques, present in sixteenth century books about the art of navigation, suggesting that the rhumb lines ought to be drawn first, followed by shorelines and placenames.

A legend on the top left reads in modernized English: “The counterfeit of Mr. Fernando Simon [Simão Fernandes] his sea chart which he lent unto my master at Mortlake. Anno [Year] 1580. November 20. The same Fernando Simon is a Portuguese, and born in Terceira being one of the islands called Azores”. The meaning of this note is not totally clear, but it seems to imply that this chart is a copy of another chart borrowed from Simão Fernandes, a very well-known pilot, once a corsair working for England.


John Dee had his stronghold in Mortlake, where he kept a library that once boasted more than 4000 titles. Dee was an admirer of the work about nautical science made by the Portuguese cosmographer Pedro Nunes and maintained a vast network of contacts with pilots and mathematical practitioners. In addition, Dee was a prominent advisor to Sir Humphrey Gilbert during the planning and promoting of his voyage to Newfoundland, in 1583. Fernandes, in turn, was sponsored by Gilbert and advised him on account of his vast experience traveling to America. Both Dee and Fernandes played pivotal roles in furthering England's colonizing efforts in North America, and this chart must have been part of that effort.


Versão Portuguesa


Ao longo do tempo, algumas cartas náuticas foram sendo destruídas por várias razões - por vezes simplesmente porque um pedaço de pergaminho era mais útil como capa de um livro do que a carta desactualizada desenhada sobre ele. O destino do presente mapa, que se encontra inacabado, teria provavelmente sido esse, não fosse o seu primeiro proprietário: John Dee (1527 - c. 1608), o famoso intelectual, místico e conselheiro inglês da Rainha Elizabeth I.


Esta carta inacabada foi desenhada em duas folhas de pergaminho posteriormente coladas. Mostra o Oceano Atlântico aproximadamente entre 68ºN e 36ºS, e uma parte do Pacífico a sul do Cabo San Lucas, na Baixa Califórnia. A costa africana estende-se até à zona do Rio do Infante, no actual rio Great Fish, próximo de Port Elisabeth, na África do Sul. De resto, a informação geográfica da carta está concentrada na América do Norte e Central, com topónimos escritos principalmente em espanhol, misturados com anglicismos e portuguesismos ocasionais. Denota-se uma descrição bastante detalhada dos perigos, como rochas e baixios, presentes no Mar das Caraíbas, e os rios Amazonas e da Prata também são desenhados na América do Sul. O Equador e uma escala de latitude, passando algumas milhas a leste de Cabo Verde, também são mostrados. A Baja California foi desenhada no interior do lado esquerdo porque não havia espaço para desenhá-la na sua posição real. A carta não tem linhas de rumo o que, mesmo tratando-se uma cópia, parece desafiar técnicas de elaboração de cartas presentes em livros sobre a arte de navegar do século XVI, que sugeriam que as linhas de rumo deveriam ser desenhadas primeiro, seguidas das linhas costeiras e da toponímia.


Uma legenda no canto superior esquerdo diz em inglês moderno: “A cópia do Sr. Fernando Simon, seu mapa marítimo que ele emprestou ao meu mestre em Mortlake. Anno 1580. 20 de novembro. O mesmo Fernando Simon [Simão Fernandes] é português, nascido na Terceira sendo uma das ilhas denominadas Açores”. O significado desta nota não é totalmente claro, mas parece implicar que esta carta é uma cópia de outra carta emprestada de Simão Fernandes, um piloto muito conhecido que havia sido corsário ao serviço de Inglaterra.


John Dee tinha o seu reduto em Mortlake, onde mantinha uma biblioteca que chegou a ostentar mais de 4.000 títulos. Dee era um admirador do trabalho sobre navegação teórica do cosmógrafo português Pedro Nunes, e mantinha uma vasta rede de contactos com pilotos e matemáticos aplicados. Além disso, foi um destacado assessor de Sir Humphrey Gilbert durante o planeamento e promoção da sua viagem à Terra Nova, em 1583. Fernandes, por sua vez, era patrocinado por Gilbert, e agia como seu conselheiro por conta da sua vasta experiência em viagens à América. Tanto Dee quanto Fernandes desempenharam papéis essenciais na promoção dos esforços de colonização da Inglaterra na América do Norte, e esta carta dde navegar deve ter feito parte desse esforço de promoção.


Further Reading | Leitura complementar


- Cortesão A., & Teixeira da Mota, A. (1960) Portugaliae Monumenta Cartographica, Vol. II, pp. 129-131, Plate 240. Lisboa: Comissão para a Comemoração do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique [facsimile Editions, 1987]




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