top of page
  • Foto do escritorJoaquim Gaspar

Chart of the Week | Atlas of Valladolid, anonymous Portuguese, before 1534



Author | Autor [Gaspar Viegas]

Date | Data before 1534

Country | País Portugal

Archive | Arquivo Real Chancillería de Valladolid

Call number | Número de Catálogo Planos y dibujos carpeta 13, num. 190

Dimensions | Dimensões 350 x 525 mm Medea DB Entry | Entrada Medea DB


A manuscript is preserved in the Royal Chancery of Valladolid (Real Chancillería de Valladolid), Spain, comprising a sheet of vellum with a nautical chart on each side, depicting the Atlantic coast of Africa from Gibraltar to southern Africa. The charts are undated and unsigned, and neither of them has been finished: some features were left partly uncoloured, and only a few place names are shown. Although the author and dating of the manuscript are unknown, its style, decorative elements and language of the place names indicate it was made by a Portuguese cartographer during the first half of the sixteenth century. The use of both sides of the parchment, combined with the rich decoration, further suggest it may have been part of an atlas intended to be used as a gift rather than as a navigational tool.


Both charts include a scale of latitudes consisting of a series of small circles cut by tick marks, a design that is shared by many Portuguese and Spanish charts from around 1510 onwards. Two scale bars are shown, one for each chart, used in the Portuguese nautical cartography of the time. A comparison of the outline of the African coast with its equivalent on some other Portuguese cartographic works of the first half of the sixteenth century, likewise, suggests that the charts were completed during this period.


All the place names are in vernacular Portuguese, and the calligraphy is semi-gothic for the names in red, and cursive for the names in brown. The 42 toponyms are concentrated in four regions: the coastal stretch of Morocco between Salé and Essaouira; part of the northern coast of the Gulf of Guinea, between the Cape of Three Points and Lagos; the southern coast of Africa, between the Cape of Good Hope and Durban; and the islands of Ascension and Saint Helena. A comparison was made with the names found on some Portuguese charts of the first decades of the sixteenth century. In terms of spelling, calligraphy and colour, an almost perfect match was found with the sole surviving chart signed by Gaspar Viegas, covering the Atlantic Ocean and dated 1534. Clear similarities between the two works can also be identified in their decorative elements, although the Valladolid atlas displays more exuberant colours. Thus, it seems plausible that these two charts were, indeed, authored by Gaspar Viegas, as previously suggested by other authors. Taken together with the relative imperfection of the calligraphy – when compared with the 1534 chart – the Atlas may represent an early work of a still-maturing cartographer.


Given its beauty and enigmatic background, together with the fact it was only found in the last century, it is surprising that the Atlas has triggered some exotic theories regarding its origin, namely: that it was copied from the Portuguese official master chart, in about 1500, by someone in the service of Castille, in order to convey secret information about the coast of Africa to the Spanish Catholic Monarchs Ferdinand and Isabella; that it was prepared to serve as evidence in a court case underway in Valladolid, involving the slave trade; or that it may have been made by Christopher Columbus himself, sometime after 1498. However exciting as these theories may be, no satisfactory evidence was ever produced to support these mutually colliding interpretations. In fact, analyses of its toponomy, geometry, decoration, and calligraphy strongly point to the conclusion that the charts were drawn by Gaspar Viegas, sometime before 1534.


Português


Encontra-se conservada na Chancelaria Real de Valladolid (Real Chancillería de Valladolid), em Espanha, um manuscrito constituído por uma única folha de pergaminho, com uma carta náutica de cada lado, representando a costa atlântica africana, de Gibraltar até ao sul de África. As cartas não estão datadas nem assinadas e nenhuma delas foi concluída: algumas partes não foram completamente coloridas e apenas alguns nomes geográficos estão presentes. Embora a sua autoria e data sejam desconhecidos, o estilo, elementos decorativos e idioma dos nomes geográficos indicam que a carta terá sido desenhada por um cartógrafo português durante a primeira metade do século XVI. O uso de ambas as faces do pergaminho, combinado com a rica decoração, sugerem ter sido, eventualmente, parte de um atlas destinado a ser utilizado como oferta e não como instrumento de navegação.


Ambas as cartas têm uma escala de latitudes, constituída por uma série de pequenos círculos cortados por segmentos, solução gráfica que é partilhada por muitas cartas portuguesas e espanholas a partir de cerca de 1510. Duas escalas de distância são incluídas, uma para cada carta, de um tipo utilizado na cartografia portuguesa da época. Adicionalmente, comparando o contorno da costa africana com o de outras cartas portuguesas da primeira metade do século XVI sugere que a carta terá sido completada nesse período.


Todos os nomes geográficos estão em português vernáculo, sendo a caligrafia semigótica para os nomes escritos a vermelho e cursiva para os escritos a castanho. Os 42 topónimos encontram-se concentrados em quatro regiões: no troço da costa de Marrocos entre Salé e Essaouira; na parte da costa norte do Golfo da Guiné entre o Cabo das Três Pontas e Lagos; na costa sul de África entre o Cabo da Boa Esperança e Durban; e nas ilhas de Ascensão e Santa Helena. Foi feita uma comparação entre estes nomes e os de algumas outras cartas portuguesas das primeiras décadas do século XVI. Em termos de ortografia, caligrafia e cor, uma coincidência quase perfeita foi encontrada com a única carta assinada por Gaspar Viegas que chegou aos nossos dias, a qual cobre o Oceano Atlântico e é datada de 1534. Claras semelhanças entre os dois trabalhos podem também ser encontradas nos elementos decorativos, embora o Atlas de Valladolid tenha cores mais exuberantes. Parece, portanto, plausível, tal como antes sugerido por outros autores, que o Atlas de Valladolid tenha sido desenhado por Gaspar Viegas. Tendo em conta a relativa imperfeição da caligrafia – quando comparada com a da carta 1534 – o Atlas pode constituir um dos primeiros trabalhos de um cartógrafo ainda imaturo.


Devido à sua beleza e proveniência enigmática, e também ao facto de ter sido descoberto somente no século passado, não é de surpreender que a origem do Atlas de Valladolid tenha suscitado algumas teorias exóticas, nomeadamente: que foi copiada da carta oficial padrão portuguesa, cerca de 1500, por alguém ao serviço de Castela, a fim de transmitir informações secretas sobre a costa de África aos Reis Católicos de Espanha, Fernando e Isabel; que foi preparada para servir como prova num processo judicial que decorria no tribunal de Valladolid, envolvendo o comércio de escravos; ou que tenha sido feita pelo próprio Cristóvão Colombo, algum tempo depois de 1498. Por muito emocionantes que possam parecer, nenhuma evidência satisfatória foi alguma vez produzida em favor destas teorias mutuamente contraditórias. De facto, a análise da toponímia, geometria, decoração e caligrafia apoiam fortemente a conclusão de que as cartas foram desenhadas por Gaspar Viegas, algum tempo antes de 1534.


Further reading | Leitura complementar

  • Joaquim Alves Gaspar, ‘The Portuguese Atlas of Valladolid (Sixteenth Century): A Geometric Reassessment’, Imago Mundi, 67, 2 (2015): 168-157 (link)

  • Mariano Cuesta Domingo and Jesús Varela Marcos, ‘El portulano de Valladolid’, in Juan Vernet, El tratado de Tordesillas en la cartografia historica (Valladolid, Junta de Castilla y León, 1994), 151–65.

  • Mariano Cuesta Domingo and Jesús Varela Marcos, Atlas Portulano de Valladolid 1500 (Valladolid, Ayuntamiento de Valladolid, 1996).

  • Jesús Varela Marcos, ‘El Portulano de Valladolid, ejemplo de cartografia colombina’, in Proceedings of the IX International Reunion for the History of Nautical Science and Hydrography, ed. Inácio Guerreiro and Francisco Contente Domingues (Cascais, 1999), 365‒75.

93 visualizações
Highlights
Recent Posts
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page